O deputado federal Gervásio Maia (PSB) acompanhou nesta quarta-feira, 25, a participação do ministro Flávio Dino em uma audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. A ida de Dino se deu depois que ele faltou duas vezes neste mês a audiências na Comissão de Segurança Pública, para as quais havia sido convocado – ou seja, o comparecimento dele era obrigatório.
Entre os assuntos abordados pelo ministro estiveram as imagens de câmeras de segurança do Ministério da Justiça no dia dos atos golpistas. Dino afirmou que os registros foram coletados pela Polícia Federal após o 8 de janeiro. Ele ainda negou interferências na PF, e disse que declarações suas sobre a corporação foram erroneamente interpretadas. Uma das falas referente a uma parceria entre ministérios da Justiça e Esporte contra violência nos estádios.
“Eu falei ao deputado [André Fufuca, ministro do Esporte] que temos uma parceria a fazer. Ele perguntou qual. Eu expliquei: ‘Eu tenho a polícia, você tem o dinheiro’. Aí é interpretação de texto. Claro que não sou eu ‘pessoa física’, eu me referi ao meu ministério”, declarou.
Dino também negou cortes orçamentários para ações de combate à criminalidade no ano de 2024.
“Eu lembro que o Orçamento de 2024 ainda não foi votado, portanto não é possível aquilatar se há ou não redução em relação a um item fundamental que são as emendas parlamentares. É claro que, após apresentação de emendas parlamentares, que será possível dispor sobre redução, ou não. Como não há ainda o prazo de emendas ao orçamento de 2024, fizemos comparação sem levar em conta os orçamentos das emendas. Não há redução. Esse suposto corte inexiste”, declarou.
Em outro momento da audiência, o ministro foi questionado sobre a criminalidade no Rio de Janeiro. Ele disse que o problema “vem de décadas” e afirmou considerar um dos “maiores erros políticos” do estado o que chamou de “incentivo às milícias”. Na sequência, ironizou: “As milícias foram incentivadas por políticos e protegidos por políticos. Eu nunca homenageei miliciano. Eu não sou amigo de miliciano, não sou vizinho de miliciano, não empreguei no meu gabinete filho de miliciano, esposa de miliciano e, portanto, não tenho nenhuma relação com o crime organizado no Rio de Janeiro”.
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