Entre os majestosos picos dos Andes, o imponente Monte Aconcágua, com seus 6.961 metros de altura, se impõe na América do Sul. Este colossal desafio alpino, conhecido como “A Sentinela de Pedra” é a montanha mais alta fora da Ásia e foi escolhido para ser o palco da ousada expedição de Adalberto Neto, empresário paraibano da construção civil. Neto, movido pela paixão por esportes e por desafio, busca não apenas conquistar a montanha, mas transcender seus limites pessoais e se tornar o primeiro paraibano a escalar o Aconcágua.
Na entrevista que segue, Neto revela os bastidores dessa jornada, a preparação física e psicológica e as lições para a vida pessoal e profissional. Confira:
*Como surgiu a ideia de subir o Aconcágua?*
Desde 2018, tenho essa vontade, mas também aquele medo natural. Já desisti uma vez, quase desistia novamente, mas desta vez, algo me chamava para esta aventura.
*Como você se preparou fisicamente, psicologicamente e envolvendo amigos e família?*
Fisicamente, intensifiquei a corrida, principalmente nos últimos três meses, correndo de 5 a 12 km para aumentar a quantidade de glóbulos vermelhos no sangue e aumentar a resistência. Psicologicamente, foi tranquilo no começo, com apoio da família, mas depois houve resistência. Na semana da viagem, minha esposa foi contra, e meu pai insistia para que eu não fosse, mas era algo que eu queria muito e consegui convencê-los. E a preparação tem surtido efeito. É cansativo, são seis a oito horas de caminhada, a altitude é um desafio, mas até agora não me pegou. Eu não sei como será mais acima.
*Quem guia essa expedição e como é a estrutura do grupo?*
Vim com uma pessoa da Grade Six, empresa mais especializada em montanhismo no Brasil. Nosso líder já subiu três vezes o Everest, que é a montanha mais alta do mundo. É uma equipe experiente.
*O Aconcágua é a montanha mais alta fora da Ásia, como você se sente sendo o primeiro paraibano a chegar lá?*
É desafiador. O Aconcágua é o último teste para subir o Everest, e se subir bem está apto a tentar a maior do mundo. Apesar de não ser tão técnica, é desafiadora porque são vários dias para subir e pode durar até 20 dias. É gratificante, em relação ao desafio, ter a oportunidade de chegar, ver a vista da montanha de um ponto que poucas pessoas vão e levo isso para minha vida profissional. Esses desafios trazem mais autoconfiança, mais autodisciplina e mantêm mais focado. Já as dificuldades são ficar longe da esposa, dos filhos e do meu pai.
*Como é o dia a dia da expedição, considerando tempo de dormir, pausas, temperatura e os principais desafios?*
O principal desafio é a pessoa estar bem fisicamente, caminhar de 6 a 8 horas diariamente, sempre subida. A aclimatação é crucial, então subimos do campo base para o campo 1, deixamos nossas coisas e voltamos para descansar. No dia seguinte vamos ao campo 2 e voltamos para dormir no 1. E, assim, vamos nos adaptando. Cada pessoa vê como o corpo vai se comportar e entra o estar bem psicologicamente.
*Você disse que a experiência é melhor do que esperava. Por quê?*
Sempre tive curiosidade por todo tipo escalada e estar aqui na vida da montanha, pensamos que vai ser muito ruim, que não vai ter banheiro, não vai ter água quente, nem comida gostosa, vai ter que dormir mal na barraca, muito vento… Mas nunca tinha subido uma montanha e vim logo para a maior do mundo fora do Himalaia, queria saber como eu ia me comportar e todas as curiosidades da aventura. Por isso estou postando tudo nas minhas redes sociais (@adalbertonetoabc) porque muita gente que teve essa vontade pode se inspirar em fazer essas montanhas também.
*Algo mais a acrescentar?*
É importante trazer esses desafios para o âmbito empresarial e familiar. Crescer pessoal e profissionalmente e refletir, ficar mais perto de Deus, reconhecendo nossa pequenez nesse mundo e a dependência mútua para alcançar objetivos. Tudo isso mostra que a montanha iguala todo mundo. Não importa quem você seja, sua posição social, nem nada. O sofrimento é o mesmo, o brilho é o mesmo. Ela iguala todo mundo!
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