Dando continuidade às ações da campanha da Luta Antimanicomial, a Secretaria de Saúde de Campina Grande realiza neta sexta-feira, 24, a ação Mente Livre, na Praça da Bandeira, a partir das 8h.
O evento vai contar com a presença dos cidadãos moradores das Residências Terapêuticas e começa com um aulão de zumba, seguido de apresentação cultural dos pacientes do Caps Ad III e da banda Saber Viver, do Caps Ad II.
Também haverá um pit stop do Caps I Viva Gente, a exposição de produtos de artesanato feitos pelos usuários no Centro de Convivência e o relato de vida de um usuário do Caps III Reviver.
Ainda durante este mês, haverá um café da manhã para as mães dos pacientes do Caps I Viva Gente, na Vila do Artesão, no dia 28 de maio às 9h. No dia 29, a mesma ação acontece no Capsinho, também às 9h. E ainda no dia 29, será realizada a exposição do Caps Ad Saber Viver, durante o dia todo, fechando a programação do mês de campanha da Luta Antimanicomial.
O Município de Campina Grande desenvolve ações desde o ano de 2005, em conformidade com a Lei da Reforma Psiquiátrica 10.216. A cidade é reconhecida pelo trabalho com as Residências Terapêuticas, pelo fato de ser o primeiro município paraibano e um dos primeiros do Nordeste a abrir leitos de emergência psiquiátrica em um hospital geral e por transformar o espaço do antigo manicômio da cidade em um parque, o Parque da Liberdade.
Além desse trabalho simbólico, outras ações diárias se juntam ao programa Saudavelmente, da Rede de Saúde Mental, como as atividades lúdicas de inclusão social. Os moradores das quatro Residências Terapêuticas participam de um projeto chamado “Conhecendo Campina”, fazendo passeios pela cidade, visitas a pontos históricos, shoppings e praças.
Além disso, eles costumam participar de atividades de arte e cultura, dentro de uma lógica de Arte e Saúde Mental, conforme os ensinamentos de Nísia da Silveira. “Essas ações promovem autonomia, fazem com que essas pessoas se sintam de fato cidadãs. Pensar que todos eles eram tratados em manicômios fechados com tratamentos deploráveis e que hoje fazem parte da cidade, utilizam os espaços públicos e vivem uma vida com arte”, disse a coordenadora do programa Saudavelmente, a doutora em psicologia Lívia Sales.
Campina Grande tem uma rede com oito Centros de Atenção Psicossocial, quatro Residências Terapêuticas, 1 Centro de Convivência e os leitos de emergência psiquiátrica no Hospital Municipal Dr. Edgley, além de um chalé da Saúde Mental na Vila do Artesão. Em 2021, a Prefeitura de Campina Grande abriu o Ambulatório de Saúde Mental Psicóloga Ivânia Rodrigues, na Policlínica do Catolé. E em 2023 foi aberta a Clínica Escola do Autismo AFETO, primeira do Norte/Nordeste deste modelo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) também dispõe de atendimento com psiquiatra para casos graves.
Em breve, a Prefeitura deve abrir duas Unidades de Acolhimento, reativar duas Residências Terapêuticas e abrir mais dois Caps, formando o Complexo de Saúde Mental do Município.
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